domingo, 8 de maio de 2011

Garganta Inflamada

Dói mas tem poesia.” Martha Medeiros


Ei alegria, porque tu és finita ? Tão linda quanto neblina da manhã, passageira e calma como tal, vai embora como chega – sem  me deixar perceber. Ei tristeza, porque és egoísta? Só tu podes ser escrita? Infinita.
Ei retina, porque ardes? A dor é mais embaixo, é depois da boca seca dos gritos abafados. É ainda depois da garganta inflamada de palavras ásperas que por ali passaram. Ali embaixo, a dor não é descrita. O medo, por acaso, tem mão pra socar? Não existem mas batidas, são socos na parede do corpo, que já fraco não tem forçar pra fingir, mentir; sorrir. Então retina, deixa-me enxergar o caminho, nada isso tem a ver com você, acaju, desembaça porque meus pés já não aguentam mais tropeçar!
Ei pássaro, sua timidez não te deixa cantar bonito assim quando mais gente te admira? Ei EU, quem é tão importante que possa passar nessa rua e tenha o poder de te julgar por chorar?
Não importa o tamanho do seu QI, o valor de sua conta bancária, influência ou força física... Se for humano e um dia ter sido tudo que podia ser, como mortal, sabe que todas as repostas que colecionou e preservou ao longo da sua vida, nunca cabem as perguntas que a dor te faz.

– Ully Stella



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