quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Vergonha.

“O fato é que[...] A GENTE TA PERDIDO! E esse não é um pensamento triste ou pessimista. É só uma constatação. Sinto que a gente tá sempre tentando encontrar um não sei o quê, que sempre falta. E quando encontra esse não sei o quê que tava faltando, começa a procurar uma outra coisa. E é esse desejo que movimenta o mundo. A gente é feito de um monte de vazios que precisam ser ocupados para que outros vazios possam surgir.” Briza Mulatinho


Sou a maior corna do mundo.
Meus chifres já não cabem mais nesse planeta, já invadiram a atmosfera e atingiram as estrelas, a Lua que saia do meu caminho!
Vivo me traindo. Cheguei a absurda conclusão que me traio para viver. Me traio em cada situação que me arrisco. Me trai ao te mandar embora, me traio ao te querer de volta, me traio ao ouvir sua voz. Me traio ao me entregar a outra pessoa, me traio em achar todos idiotas e indignos de ser vitimas de uma pessoa que vive traindo.
E assim vou pulando as cercas do meu coração.Tenho um visinho que se chama Razão, um bonitão, charmoso, cheiroso e elegante que me faz gemer bem alto, e me da um louco tesão. Mas meus tesões são como todas as minhas outras vontades tipicamente sagitarianas, passageiros.
E depois ao voltar pra casa me sentindo a mulher mais suja, me lavo, me limpo e continuo imunda sem saber o que e porque faço.
A vida cumpre o seu papel de me surpreender, trás pessoas incríveis e mágicas, dispostos a me fazer sorrir pra sempre, mas a danada da satisfação enjoou da minha cara, e jurou nunca mais aparecer, disse que eu sou louca, me aconselhou procurar um analista, e quando eu parasse de me torturar e aceita-la de comum acordo, ela voltaria.
Enquanto isso eu fico aqui zombando da solidão desnecessária e azarando as situações banais que encontro pelas esquinas, por pura falta de coragem de ouvir o que um ser Analista que estudou anos e fez provas poderia dizer da minha doença. Me resumiria louca, com fortes tendências a traição e resistência a dor. Resumindo. Uma putinha masoquista, que se dá ao acaso sem pedir dinheiro, e apanha da vida por prazer. Desculpe seu Doutor, você estudou muito pra dizer o que eu já sei! Então venha se enroscar, e enlouquecer junto comigo...
Puta, chifruda, ou apenas mais uma jovem exagerada, me encontro aqui, traindo meu corpo e minha sanidade mental com mais uma noite sem dormir, perdida em textos, filmes e uma trilha sonora sem meios, fins ou sentido, e vou escrevendo até não lembrar mais quem sou ou diferenciar a realidade do que eu inventei, escrevo até o sono ser mais forte do que qualquer lembrança tua, e depois durmo, perdendo dias inteiros sonhando sonhos que nunca irei lembrar... Traio o espírito de liberdade que eu costumava ter, traio o sentimento que meus amigos nutrem por mim, traio os meus limites e raros princípios que eu levava tatuados nos meus pulsos, traio tudo que um dia fui, sendo assim, como estou.

Vergonha.

Outro dia talvez eu volte a ser digna do meu nome tão único, do meu brilho tão particular, que deve estar perdido em alguma parte desse meu quarto de cabeça pra baixo. Outro dia, porque hoje já não dá, são seis da manhã, a chuva ainda ta caindo, e eu preciso me deitar. Até a próxima noite!


– Ully Stella 

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

CocÔ Chanel

  Me perdi em pensamentos olhando aquele casal. Depois fechei os olhos e rezei forte.
Nunca tive tanto medo.
Rezei para que eu sempre tenha amor para amar, para nunca deixar de ser quem sou, nem que seja um amor pra dispensar, ou um amor para morrer de amor. 
Porque eu não quero ser mais uma garota com menos de 23 anos que se rendeu a quem não gosta, ou pior, a quem lhe dava alguma coisa em troca, por não ter a coragem de sofrer, dar a tapa pra bater ao acaso, por quem ama. Preferiu sofrer numa banheira com champagne, se secar com algodão e dormir em seda, disfarçando tanto desgosto da vida com a cobiça alheia. E vive disso, vive tentando convencer (a si mesma) aos amigos e familiares da sorte, e da maravilhosa vida que tem com quem poderia ser seu pai.
E diante dessa cena, imploro a Deus, e as minhas forças interiores (que me restam): - Não quero perder o gosto da vida que tenho, e a graça que vejo em arriscar, em algo à mais, em pessoas à mais, em momentos à mais... mas que eu saiba o ponto de parar, ou até de voltar, pras coisas essências.
A fé que tenho, que guardo no bolso, como um pé de coelho, um tau no pescoço, é de viver até mais do que posso, e perder só o que for necessário ser perdido, não lotar o pote, e não o deixa-lo vazio.
Quando alguém se rende ao dinheiro e a inveja dos outros para ser feliz, ela automaticamente, precisa dos outros para ser feliz. No dia que todos não precisarem olhar para os lados, e se bastarem, as pessoas que precisarem das invejas alheias, ou cometerão suicídio, ou aprenderão a amar a vida e deixar de lado o trivial, o que é de ouro, de cristal, de DG, de CoCo e de CoCô.
Um dia quero poder ter dinheiro, viajar, explorar e conhecer pessoas diferentes, raças, línguas e culturas, realizar os sonhos que nem sonhei, sem ter como objetivo central, o intuito de postar na internet após a viajem. Queria poder dar um selinho na Hebe Camargo e trocar uma idéia com o Jô sem precisar aparecer na televisão.
E quero continuar não tendo as pretensões ruins que hoje não tenho, as mínimas maldades em cima do que não posso ter, que a minha cobiça não seja nada além de todos os cajuzinhos que a minha tia possa fazer.
Quero que todos que eu amo, tenham por quem viver, quem amar, que sejam amados de volta e se bastem para viver, e que todos desejem isso a todos que conheçam, que desejem a todos que conheçam também ... num circulo vital e infinito. 
Quero que uma garota linda, leia o que eu escrevi, e peça desculpas ao pai por ter saído de casa e largado a escola, e encontre quem a faça feliz de verdade, mesmo com a renda baixa e um carro popular. Quero que um homem mesmo que já depois dos seus 50 anos, perceba que pagar as luxurias de uma garota, para ele mostrar aos amigos não o faz feliz como deveria fazer, e finalmente pergunte aos filhos como foi o dia.
Quero mais amor, e sinto que preciso rezar mais! 


"Minha fé no pescoço." (Tau)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Em Cima do Teto do Seu Carro




Não consegui  sobreviver ao primeiro TPM após o término com meu primeiro namorado. Continuei existindo de forma inativa e completamente sem foco sobre a vida, nem sabia mas o porque das minhas escolhas ou aonde iria com tão pouca vontade de mundo.
E então no meu segundo TPM, inchada, cheia de espinhas, a base de brigadeiro e sarcasmos alterados pra disfarçar tanta tristeza, me vejo em cima do teto do seu carro, limpando seu vidro traseiro com o meu cabelo, escutando Jack Johnson, respirando ares de rosa branca, e pela primeira vez em meses, me amando.
E tudo por causa de uma pessoa que eu não queria presente na minha vida da mesma forma que ele queria. Vontades contrárias que eu defini como mero erro, nas primeiras palavras das tentativas frustradas dele. Quando uma relação logo no inicio tem vontades direcionadas a caminhos diferentes, qual a chance dela funcionar, e der em algo positivo? Impossível. Afirmei com toda certeza baseada na sabedoria enganada de uma mina que acabava de fazer 17 anos. E como tudo que ultimamente esta acontecendo pra me jogar como errada, errei novamente.
Você veio cheio de idéias e pretensões, pensando no futuro e misturando com o meu sorriso, tentando fazer com que a sua bagagem vazia, fizesse par a minha igualmente vazia. Quis me congelar numa foto e guardar de lembrança, e eu paralisada com os olhos fixos naquele mar azul que refletia minhas frustrações de um recente passado... E pra te espantar, e usei um artifício que jamais tentei antes: - fui eu mesma. E o que aconteceu ? Te encantei, te confirmei minhas loucuras mais intimas, mas te encantei... te fiz rir do negativo, te dei a raiva com gargalhada, e mais algumas horas de conversa franca e honesta, porque já não nos restava quase nada depois das nossas recentes escolhas a não ser, as nossas verdades. Dois perdidos, com fome de paz, mar e música, fugindo de fantasmas e descobrindo que éramos parecidos até nos acasos e em pequenos delitos do qual nos orgulhamos... Agora você me conhece mais que qualquer  amigo de infância.
E me presenteou, e me fez pensar, e me fez rir, coloquei meus pés feios para fora da janela pra sentir o vento da sua velocidade... e quando eu vi, lá estava eu, viva, como sempre fui e nunca deveria ter deixado de ser.
Em cima do teto do seu carro, tendo a luz do poste como lua e sem um pingo de álcool na mente, te aceitei, e você nem sabe. Te aceitei como um lado que me trás o que tem de bom, te aceitei como meu lado masculino, , aceitei um sol de sábado e de um domingo às 6:30 da manhã pós madrugada, te aceitei como um presente de Deus, como deveria ter aceitado desde o inacreditável dia que te conheci.
Do futuro, nem eu, nem você queremos saber, não vou me render, como sempre, é cedo, mas acredito que somos interessantes demais pra morrermos nas mesmas conversas... Não haverá ganhadores na nossa batalha, até porque eu estou muito acostumada a ganhar o que eu quero, e você acostumado a não perder... Chega de corridas, chega de pensar no tempo, eu quero é somar, da maneira que for, mas somar, expectativas com realizações, e ainda abrir espaço pro acaso, que sabemos fazer muito bem.
Eis me aqui, pronta pra viver de novo, e obrigada, seja lá você quem for, ou o que for.

De: Roberto para parceiro !




terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O Final De Mais Um Pra Sempre.


Hoje até as nuvens alaranjadas no fim da tarde me escaparam. E também não consegui me sentir a vontade com esse céu negro sem noite. Na realidade não me sinto a vontade é com a tua futura ausência.
Nunca tinha sentido a lagrima tão gelada e pesada; gotas de vidro. A lagrima que saiu quente, caiu na sua frente, respingou em você, e mesmo assim você não a viu. Depois disso alguma coisa aqui dentro ficou esfriou, não sei bem. Se pelo menos tanta frieza me fizesse imune a sentir as dores que me lançam.

Dessa vez não achei o fim bonito, como costumo achar. E faz sentido toda tua teoria sobre eu só pensar em mim, porque logo agora que não fui eu que coloquei o ponto final, acabei não gostando do resultado.
Minha lista de “pra sempres” estava feita, não completa, faltava tudo que eu ainda tenho que viver, mas já tinha sido começada, e você com essa sua cabeça imensa ocupava tanto espaço que quase “cabeceava” a minha lista. Queria poder ter tido tempo para te zuar com esse trocadilho.

Nem me lembro com que idade te conheci, nem em que ponto se fez tão necessário, você era um dos meus bibelôs que eu carregava pendurado na minha mochila quase vazia, um daqueles que eu não tinha prazer de tirar e jogar fora, e sim de carregar e mostrar ao mundo, como prova de amizade, algo que eu não conseguia me desfazer. Você era um lado bom meu.

Você cresceu... Nossa, nem tinha reparado em como você cresceu. Agora tem pêlos no rosto, voz grossa e fala comigo num ar de quem aprendeu a lição.
Você cresceu, e eu não. Não falo só fisicamente (infelizmente, isso é visível), falo no nosso modo de brincar sem pudores, e nos xingarmos até perder a graça; das letras do Legião Urbana, Cássia Eller; de todo teu exagero, de como você me torturava por eu ter um pé horroroso e o pescoço de girafa;  ignorar meu namorado para ir embora agarrados dividindo fones e cantando músicas que ele não sabia que existia.

Enquanto eu ria de uma noite boa, você se calou, virou as costas e foi embora sem dar tchau, conversou com quem me odeia, e nem me viu chorando. E te deixar falando sozinho deve ter sido o menor dos meus erros, ou só contribuiu para o seu atual pensamento. Desculpa mas eu não agüentava mas ouvir o resumo de todos os problemas da minha vida tendo eu como vilã que projetou todos eles. Como já disse, sempre tive ciência  do meu lugar de ré, e eu nunca pensei que logo você, seria o meu juiz.

Me deixar sozinha agora é o mínimo que pode fazer, o ano ta acabando, ele foi horrível mesmo, agora é a hora do meu “tanto faz”. Mas é covardia sua Se deixar sozinho. Queria poder de novo, te cobrir de abraços e dizer que nunca vai estar só, que tem a mim, que você é um pra sempre... Mas você ouviu demais, penso demais, me ouviu de menos, me olhou de menos, teve pouca fé em mim... Você explodiu nossa ponte meu amigo.

Doeu te perder, doeu ouvir você dizer, e dói confirmar mais uma vez que sozinha eu sei ficar. Adeus meu querido “Pra Sempre”, e vê se não fique só, e tenta não lembrar só do mal que te fiz, porque é horrível lembrar de momentos bons sozinha. Amo Você.

E depois dessas últimas lagrimas, tenho a certeza que não chorarei tão cedo.

– Ully Stella 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Linha Invisível

“Mesmo quando desvio meus olhos e meus pensamentos de ti, mesmo quando estou ocupada consertando a minha vida, enquanto vasculho as imensidões psicológicas que moram em mim, mesmo quando estou cansada e precisando de tantas coragens, mesmo assim, guardo teu rosto na retina da minha alma. Solange Maia



Não sei se esperneio e grito entre lágrimas pesadas, igual criança, ou se sorrio descontroladamente, mergulho agora na piscina nessa chuva quente, dentro dessa madrugada de verão, de tão feliz. Na realidade, só seria feliz, sem dores ou fortes palpitações contrárias no peito se eu caísse morta no final da noite, só assim, não vivendo um dia sequer sem poder te beijar - o melhor beijo que a minha boca ja ousou beijar - sem poder te chamar de amor, sem me sentir a pessoa mais realizada do mundo dentro dos seus braços, sem ser a causa do seu sorriso aberto lindo.

Não tem como ser feliz estando sentada entre um "sim" e um "não", me equilibrando numa linha que de tão pequena se torna invisível, e que de tão invisível, ninguém entende porque tenho tanta necessidade de me equilibrar todo tempo, porque me contorciono tanto, porque estou sempre concentrada em Não cair, que perco o que esta acontecendo em minha volta, me acham louca... Mas eu sei o que o não vai me proporcionar, mas o "sim"... O "sim" tem o perfume que eu escolhi, e tem um cheirinho que vem de dentro do nariz, que é dele, mas que eu também escolhi um dia, para cheirar o resto da minha vida. O "sim", tem pele de lobo, olhar e alma de cordeiro, o "sim" que é o contrário de mim, contrário à todos os sim que dei e pretendo dar na vida, mas que me ama até o meu dedo do pé com síndrome de down, ama e agradece até o momento em que meu pé horroroso foi feito, porque naquele momento estavam fazendo o pé horroroso e o resto de mim para ele amar.

Ele é o único, repito, o único, que me deixa sem saber o que falar, porque ele é tudo que eu queria falar para todo sempre, ele tem perguntas no qual, me paralisam numa situação patética, caótica, sem saber o porque eu prefiro sentir dor sozinha, do que sentir dor entrelaçada em quem eu melhor me encaixo.

E como eu poderia responder ?
Porque Ully? Porque sempre o duvidoso ao certo? Porque o fracasso ao tédio? Porque a dor ao nada? Porque ser tão amada e não saber o que fazer com isso? porque, porque, porque?
E já te tenho tão distante, distante dos meus ideais, muito mais do que já eram, demos passos inversos gigantescos. Te tenho perto para puxar meu braço e me roubar um beijo ardido, te tenho perto para ainda me causar desejo, mas te tenho inalcançável na vida que escolhemos e que nos damos muito bem. Ta tudo certo, tudo encaixado, Deus nos deu a possibilidade e o dever de sermos felizes, então quem foi esse maldito que faz com que seja tão perfeito o momento que estamos juntos? Ser sujo, que zomba de mim, do meu amor, do amor dele, da nossa dor quando viramos a esquina e o telefone não toca quando chega em casa, e percebemos que temos por quem orar, mas que continuamos sozinhos na caminhada.

Inocência dele sempre achar que eu posso salvar tudo, que eu vou sempre ser a heroína que devolve o que foi dele tirado, se fui eu mesma que sempre tirei. Inocência a minha achar que não tenho culpa, e que algum milagre vai fazer com que ninguém nunca tire ele de mim, ou melhor, eu dele.
Não devo morrer até o final da noite, então não vou ser feliz agora por saber que vou continuar assistindo a esse teatro triste de histórias que nunca se encaixam como deveriam, e tendo que engolir a seco, como engolir areia sem nenhum copo d’água, o fato de que as coisas nunca vão ser como a gente quer. Ta ai, uma frase em que a palavra “nunca” se emprega no seu real sentido.


– Ully Stella 

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Em Branco



Desculpem a ausência.
Tenho visitantes diários no blog, parece que sempre tem alguém com a esperança de que eu poste algo. Até eu tenho também essa esperança, e todos os dias (ou quase) eu escrevo alguma coisa, mas são textos, frases e palavras sem nexo, descombinadas, desajustadas, desconectas, sempre com um mesmo sentido primário e mas sem finais ou conclusões.

Eu escrevo melhor do que falo, sinto maior do que escrevo, preciso mais do demonstro e mesmo assim, sinto necessidade de mostrar que sinto. Escrevo porque talvez eu nunca vá saber falar tal como sinto, nem explicar o quanto é importante para mim escrever, e o quanto eu amo te confundir com as minhas palavras tontas e desgovernadas, que atiram para qualquer lugar, tentando atingir alvos longínquos, quem sabe rodar o mundo e acertar a minha própria bunda.

Mas os meus últimos textos estão sendo reflexo de dias incompletos. Mas os dias acabam, estando eles completos para gente ou não. O dia tem que cumprir o seu horário, o tempo não anda mais devagar na esperança de você saltar da inércia e correr de encontro ao acaso e tentar formar uma boa lembrança, digna de alguns minutos sentada no computador buscando as melhores palavras para descrever essas lembranças.

E assim a vida, os dias vão passando, acumulando dias incompletos, desejos e sentimentos cortados ao meio, e por fim textos e mais textos acumulados sem sentido algum.
Meus dias acabam sem sentido, mas não posso me dar ao luxo de postar textos igualmente sem sentido, porque de louca e estranha, basta a fama que já cultivo à tempos. 
Meus dias hão de voltar a serem completos, com início, meios interessantes, finais ardentes ou continuações instigantes do jeito que eu/vocês estão acostumados.

Esses meus medos: de fazer aniversário, sentir menos amor, ousar, não voar, cair, escuro, muito claro, bafo, mediocridade, braços finos, aparelhos dentais, mono celha, pés lindos, mentiras, prego no olho, sol, pessoas misteriosas, e outros milhares de medos, por algum motivo, andam me afastando de completar os dias, talvez não todos esses medos, mas alguns tão grandes que me fazem aumentar o tamanho de todos os outros, me tornando alguém chato, desconfiado, pessimista, medroso... (tudo que eu não sou e odeio).

Não sei porque, a vontade me chega, sorri, me chama pra sair; uma fila de vontades se faz atrás dela, todas elas com bons motivos, razões ou pelo menos pretextos para eu aceita-las e vive-las como se deve; todas minhas, todas prontas... Mas algo que eu ainda não sei reconhecer a origem, me fecha a porta, e só sobra uma vontade, uma vontade feia, com nariz pontudo e envergado, com  rugas, olhos fundos, boca ressequida, corcunda e cheia de varizes e celulites que me chama para dormir algumas horas à mais e esquecer as coisas que podem me fazer algum tipo de mal futuramente.

É triste reconhecer quanto tempo eu prezei minha liberdade, sem me deixar negar nada que me despertasse desejo, e agora me encontro sem terminar textos. Demorei mais de 4 horas pra concluir essa merda de texto, e lutei para não achar ele idiota o bastante para não postar. Idiota ou não, postei, para que até a falta de motivo para escrever, seja algo importante à ser escrito. Só pra não passar em branco, o branco que está passando por mim.

Acho melhor eu começar a fazer ficção...


– Ully Stella