quinta-feira, 7 de abril de 2011

Incompreensível (Parte 1)

No fundo, apenas procuramos algo que nos traduza melhor do que nós mesmos. Poesia que nos cure, música que console, alguém que nos leia – E compreenda toda a confusão – com um mero olhar.”

Bruna Cassiano



Não me pergunte porque pareço ser fácil. Aparências, no meu caso, não é assunto a ser discutido. Nem a minha, nem a de ninguém. Depois de algumas mancadas que antigamente costumavam ser freqüentes, naquela história antiga de julgar “livros pela capa”.
Ainda não me aprofundei em nenhum livro, desses que me aparecem repentinamente, implorando em silêncio a mim e ao mundo, que sejam lidos. Eu leio, tento até uma compreensão, e só nessa tentativa já ganho amigos eternos...
Não entendo essa necessidade que as pessoas tem de serem compreendidas. Talvez no dia que eu me compreender (se eu achar bonito), eu queira partilhar isso com alguém; Talvez. 
Por enquanto, ainda tenho receio de quem fixa o olhar no meu e sinto vontade de sumir toda vez que alguém, sem imaginar o estrago que faria, diz exatamente o que sou, ou onde eu errei, e eu cega não vi antes dela. Tenho uma pré-disposição quase que inesgotável de compreender as entrelinhas de outros, mas estou sempre pronta pra fugir quando cobram respostas de mim – o que eu sou, o que eu quero, pra onde eu vou, com quem, pra sempre? –.
Não quero que chegue o dia em que eu constate em papel passado que tenho medo de mim mesma, muito menos de admitir que eu tenho esse medo a muito tempo mas sei disfarçar isso tão bem como se fosse um simples espinha e a minha auto-confiança é como se fosse um kit completo de corretivo, base e pó compacto.
Essa minha auto-confiança, tão eficaz, me tornou um livro incompreensível... ou quem sabe, foi a falta de coragem do leitor de ler até o final...

– Ully Stella

2 comentários:

  1. sabe o que me deixa mais contente ao ver que vc comenta e se agrada com meus escritos? Saber que é recíproco! Lindo texto, como sempre! (agora vou pro parte II) rs*

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