sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Morrer na Praia


Fugindo um pouco dessas facilidades costumeiras do amor; flores e chocolates, declarações com ou sem sentido, com ou sem fundamento, com ou sem sentimento. Meu coração já é defeituoso demais para ainda entender o porque sou a "garota certa" para tantos que nunca foram os certos pra mim.
Não queria nada mirabolante, só não me desesperar ao pensar no buraco que meu futuro se fazia. Inventando o que pensar, olhei onde alcançava, preparei o arco, mirei e flechei. E o alvo que parecia próximo, invenção pra me ocupar, se fez uma das maiores aventuras da minha vida, porque finalmente, um alvo meu tentou desviar! Não foi diferente de quando alguém acaba de descobrir algo que mudaria sua vida para sempre, algo revolucionário, me deu vontade de gritar "TEEERRA À VISTA!". 
Pela primeira vez, ouvi um: “Não se apaixone por mim”. Achei que esse tipo de coisa só se ouvia em novela mesmo, era algo fictício, uma brincadeira. E é óbvio que me apaixonei.
Era vitima, mas falava com ar de protagonista do meu filme - que ousadia! Talvez tenha sido uma simples “cisma”, mas foi forte, foi intenso, e sou incapacitada de negar intensidade.
Tentei uma abordagem diferente, já que essa foi em vão. Tirei minha armadura de defesa, vesti um sorriso lindo, escolhi minha melhor simpatia, e desarmada, subi no meu cavalo, toda donzela, e fui em direção ao que incomodava o meu pensamento até então, mas morri na praia - literalmente.
Morri naquelas curvas morenas, morri naquele cabelo bagunçado, morri de tanto mistério, morri naquele sorriso sem graça, morri de tanta vontade, tanto desejo, morri naquelas idéias irreais, morri tentando arrancar dele um “sim” medroso, escondido atrás daquele forte e robusto “não”. E morri, morri, morri... O que aparentava ser um objeto frágil, era a coisa mais forte, rígida e impenetrável que eu já ousei tocar. Uma áurea linda mas carregada de tristeza e um medo enorme de ser feliz.
 Fitando o sol coberto de nuvens enquanto ele quase dormia, minha sensação era de eternidade. Foi mergulhar, “Snow” tocava nos meus ouvidos e eu tive uma daquelas visões que não dá pra esconder o riso - uma perfeição molhada. E ainda me levou para ver o céu dele, com estrelas fluorescentes que davam para contar. Minha vontade era de comprar todas as estrelas fluorescentes que eu encontrasse, pra colar no céu dele, até não podermos mas contar, perder horas entrelaçados, contando... e enquanto eu inventava futuras estrelas, percebi outra sensação de eternidade. E quem nem donzela era, agora até encantada estava. 
Talvez não dure, talvez tenha sido mágicas e eternas horas, talvez eu nunca nem vá chegar a uma conclusão, muito menos descobrir tudo que eu queira. Ou talvez eu esteja satisfeita em não saber nada, mas de ter conseguido, enfim, me permitir sentir o que eu achei que não conseguiria mais. Ele, sem saber, me mostrou que eu posso. Posso parar de sofrer, posso guardar minha maldita e imensa saudade trancada no meu quarto enquanto eu saio para fantasiar e me encantar por ai...
Hoje eu sei que ainda é cedo, que eu tenho muitas “eternidades” para descobrir e que existe extensões de areia imensas para eu morrer.

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