Ela suspirava muito alto, vezes seguidas. Insatisfação. A consciência latejava como pés que andaram demais.
Mordo minha língua. Enlouqueço de dor. Choro. Raiva.
- "Bebe um café quente para adormecer a língua."
Penso se existe alguma coisa quente que adormecesse a mente. Esqueço. Bebo. Engasgo. Tosse... Morrerei!!! No chão. Chorando. Desespero - que se difunde com resquícios de raiva de segundos atrás que não secaram.
Levanto. O sorriso forçado que eu enxergo, embaçado por lágrimas, não é nem de céu, nem de inferno. Dor no peito.
Não morri sufocado pelo café tão quanto sufocado com a realidade que procede esses sustos em que quase morremos, mas se não morremos, então nada muda.
Outro suspiro alto avisa que o dia continua.
A caneta falha... Suspiro também.
– Ully Stella
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