quarta-feira, 15 de junho de 2011

Adeus Vulgar Amor


“Ódio? Ódio por ele? Não... Se o amei tanto, e se tanto bem lhe quis no meu passado. Que importa se mentiu? E se hoje o pranto turva o meu triste olhar, marmorizado(...) trágico, gelado. Ah! Nunca mais amá-lo já é o bastante! Quero senti-lo d’outra, bem distante(...) Ódio seria em mim saudade infinda, por mágoa de o ter perdido, amor ainda. Ódio por ele? NÃO... Não vale a pena.”
Florbela Espanca




Eu tenho um guarda-chuva com furinhos, um ovo de páscoa fechado em Junho e um coração quebrado no dia dos namorados. Desde que o meu vulgar amor foi embora, esta tudo meio errado. Tem como um erro ser metade? Tem como eu ser metade do que eu era, porque eu não tenho mas você ? Meu raciocínio nega e ainda briga comigo. Disse que os erros são inteiros, e que eu também sou inteira, nada meu possui a ninguém, nem ao parente mas querido, e que a única ausência é daquele abraço que me derretia nesse frio, que me fazia esquecer problemas inteiros, pequenos ou grandes, e que, consequentemente, me fazia sentir inteira. Sou eu mesma, mas sem você. E por que isso tem de ser triste ?
 Ainda estou de ressaca, e ressaca braba. Sou menor de idade e bebi anos de amor sem ter estômago pra isso. Tenho tanta sede de parar de ter sede, que vou ingerindo qualquer bobeira que refugie minha atenção;  Oasis que minta minha realidade desértica. Só entendi que sorrisos forçados dão gosto ruim na boca com essa ressaca, porque qualquer sorriso atôa piorava no meu enjôo em relação ao mundo inteiro.  Meu rosto denuncia a sua ausência, meu cabelo não tem uma definição de cor, enfileiro inimizades, e nessa de esconder o real motivo dessa cara de nojo, não comovo nem meus pais.
Você é o assunto que ninguém mas quer falar, como se eu tivesse uma doença grave e que quando falasse nela, a mais alta gargalhada fosse interrompida por um silêncio devastador. E é esse mesmo silêncio devastador que você deixou em mim. Talvez por isso eu identifique melhor o que esta errado, estou em silêncio, o meu único assunto é você, e ninguém mas quer falar nesse assunto. Silêncio, erros e frio é o que tem para esse fim de semana.
Jurei a quem me ama, a quem não me ama, a minha mãe, a sua mãe e ao meu raciocínio afetado entre esses dias, que não falaria – escreveria –  mas sobre você. Mas amanhã não quero mas ter sede, quero ter calma ao escolher o que vestir, aonde ir, o que fazer, talvez alguém... Sem sede, sem pressa. Por isso hoje o vomito será induzido, e o último ponto final será o da descarga. Você já foi embora, e isso não tem de ser triste – não  mais.
Adeus Vulgar Amor.

– Ully Stella

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